Pejotização no Brasil: Impacto na Previdência Social

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A crescente pejotização no mercado de trabalho brasileiro está afetando negativamente a Previdência Social devido à baixa contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o que aumenta o déficit nas contas públicas. Essa prática envolve a substituição de contratos CLT por acordos de pessoa jurídica (PJ). Um estudo do Ibre-FGV revela que apenas 34,4% dos trabalhadores PJ contribuem para a previdência. Janaína Feijó, uma das pesquisadoras, destaca que este é um índice preocupante, já que cada trabalhador deveria financiar sua própria aposentadoria.

Nos últimos dez anos, o número de trabalhadores autônomos cresceu 16%, representando agora um quarto da força de trabalho. Destes, os autônomos com CNPJ aumentaram 61%, passando de 4,3 milhões em 2016 para quase 7 milhões em 2025. Janaína Feijó aponta que a pandemia acelerou essas mudanças, mas alerta que a falta de contribuição ao INSS pode deixar esses profissionais sem acesso a benefícios como aposentadoria e auxílio-doença.

A contribuição previdenciária está diretamente ligada ao nível de renda. Autônomos com CNPJ têm uma renda média de R$ 5.179, enquanto os informais que não contribuem ganham cerca de R$ 1.901. Leonardo Rolim, consultor da Câmara dos Deputados, atribui a expansão da pejotização à economia digital e a incentivos tributários que favorecem esse modelo.

O número de trabalhadores por aplicativo cresceu de 770 mil em 2015 para 2,1 milhões em 2025. No entanto, a contribuição previdenciária nesse grupo é baixa, com apenas 27,8% contribuindo em 2025. Janaína Feijó observa que a exigência de CNPJ por empresas de delivery contribui para uma maior taxa de contribuição entre motociclistas.

Criado em 2008, o MEI (Microempreendedor Individual) visa formalizar trabalhadores de baixa renda. Atualmente, representa mais da metade das empresas no Brasil, com 14,8 milhões de registros. Estudos indicam que o modelo pressiona a Previdência, e há sugestões para ajustar as alíquotas de contribuição de acordo com a renda.

O STF está prestes a decidir sobre a legalidade dos contratos PJ, incluindo a competência da Justiça do Trabalho para julgar essas ações. Gilmar Mendes, relator do caso, ressalta a necessidade de adaptar a legislação às mudanças no mercado de trabalho.

Fonte: https://redir.folha.com.br/redir/online/mercado/rss091/*https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/10/pejotizacao-acelerada-no-mercado-de-trabalho-afeta-previdencia-social.shtml

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